A ação da
Prefeitura, que vem sendo realizada pelos técnicos da Secretaria Municipal de
Defesa do Meio Ambiente (Sedema) tem gerado alguns questionamentos sobre a
supressão de três árvores da espécie falsa seringueira (ficus ellastica) - situadas na Praça da Boyes, ao lado da rua Luiz
de Queiroz.
Estas
árvores, assim como muitas outras na cidade, são vistoriadas preventivamente
pelos técnicos da Sedema. E estas em particular, passaram a ser monitoradas com
mais frequência, quando mostraram os primeiros sinais de comprometimento, após
repetidos episódios de quedas de grandes galhos, em especial em dois acidentes
registrados pela secretaria, quando um deles ocasionou a perda total de um
carro e um outro atingiu a marquise do imóvel do outro lado da rua.
Outro fator
de suma importância levado em conta nos laudos técnicos de engenheiros
agrônomos, especialistas da Sedema, foi a constatação do risco eminente de
queda de outros galhos igualmente grandes (equivalem ao tamanho de uma árvore
tamanho médio) naquele local que conta com uma aglomeração grande de pessoas, de
segunda a segunda, principalmente à noite e mais ainda nos finais de semana,
por conta de bares e restaurantes.
Estes fatos,
levados em conta, diante da vulnerabilidade daquelas espécies arbóreas, com a probabilidade
de novas ocorrências de iguais proporções se repetirem oferecendo riscos
não só aos frequentadores do local, mas também aos pedestres, motoristas,
trabalhadores da praça e dos estabelecimentos comerciais situados nas imediações. As outras seringueiras e outras espécies
grandes também foram vistoriadas naquele local pelos técnicos, mas foram
mantidas.
A partir destes
fatos, do ano passado para cá, uma série de estudos e análises técnicas das
condições fitossanitárias das três falsas seringueiras, passaram a ser realizadas
por um corpo de especialistas, coordenados pela equipe do
Departamento de Arborização Urbana da Sedema.
Este levantamento contou também com o acompanhamento
técnico de um entomologista (especialista em insetos) da Esalq (Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz), do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil e do Codepac.
O resultado deste grupo de trabalho foi unânime ao apontar a necessidade, com
urgência, da supressão destas árvores da Praça da Boyes.
As três seringueiras, com idade estimada entre 70 e 80
anos, apresentavam alto sinal de necrose, já estavam ocas, além do problema de
broca, um inseto altamente nocivo que ataca os pontos de transporte da seiva da
árvore. Somado a isso, a madeira ‘morta’ estava infestada por cupins e as
raízes secas.
Uma equipe de 10 funcionários da Engemaia (prestadora de
serviços da Prefeitura trabalham no local. Por se tratar de árvores de grande porte
para que esta operação aconteça com segurança, o corte das seringueiras vem
sendo executada em várias etapas em uma operação conjunta realizada pela Sedema
juntamente com o Corpo de Bombeiros, Semuttran e CPFL Paulista.
De acordo
com o secretário de Meio Ambiente, José Otávio Machado Menten, a equipe de
arborização da Sedema é extremamente rigorosa e só decide pelo corte quando há
evidencias da sua necessidade “Árvores são seres vivos, quando jovens se
recuperam melhor de doenças, enquanto idosas tendem a ter mais dificuldade.
Sabemos do valor histórico e da importância delas na composição da paisagem
daquele local, porém, pensando na segurança dos munícipes, o corte foi
autorizado”, disse.
As
seringueiras
As falsas
seringueiras (fícus ellastica) são espécies foram introduzidas no paisagismo de
praças dos anos 30 do século passado, utilizada em praças como o Jardim da
Ponte, a Praça da Saudade, a Pracinha da Curva do S com o mesmo tratamento
paisagístico. Trata-se de exemplares de grandes proporções e que hoje estão
senescentes, com o final de um ciclo de vida.
Por ser uma
área tombada, após o termino da operação, para compensar as espécies que foram
suprimidos, a equipe técnica da Sedema deverá elaborar um estudo para definir o
novo projeto paisagístico para a Praça da Boyes, dando vida nova à praça,
aproveitando as espécies já existentes, harmonizando-as com o plantio de novas
árvores, estas adequadas ao perímetro urbano.
Arborização
A equipe
técnica da Sedema tem se dedicado em muitos projetos e ações para incrementar a
arborização urbana do município. Através do programa “Piracicaba Mais Verde” já
foram realizados, na última década, o plantio de 1.300.000 novas árvores na
cidade. Criou uma Lei exclusiva para normatizar as ações de Arborização Urbana
com o objetivo de para incentivar e proteger a vegetação urbana e criminalizar
os responsáveis pelo corte ilegal e injúrias contra as árvores da cidade.
E através de
um planejamento, a Secretaria executa serviços de poda e adequação da raiz e
também através de vistoria técnica preventiva para monitorar as árvores da
cidade, algumas consideradas notórias pelos técnicos. Um exemplo disso, de
igual importância para a arborização da cidade e que também ganhou notoriedade,
foi o trabalho realizado pela equipe em um outro exemplar de fícus ellastica localizado na Praça
anexa à Biblioteca, que há alguns anos atrás sofreu uma tentativa de envenenamento.
Os especialistas da Sedema, durante meses, dedicaram seus cuidados, com ações
técnicas efetivas acompanharam o caso da “seringueira da Biblioteca” monitorando
e cuidado até ela recuperar sua vitalidade e hoje ela permanece imponente.
Outro
exemplar desta espécie, também considerada notável pela Secretaria, se encontra
no Parque do Mirante, próximo a Rua Barão de Serra Negra. Esta outra falsa
seringueira, também é monitorada pelos técnicos da Sedema e pode ser observada por
todos pela sua plenitude, suas proporções imensas, cumprindo seu papel na
paisagem urbana de Piracicaba.