sexta-feira, 13 de abril de 2018

Segue o trabalho de supressão das seringueiras da praça da Boyes


A ação da Prefeitura, que vem sendo realizada pelos técnicos da Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Sedema) tem gerado alguns questionamentos sobre a supressão de três árvores da espécie falsa seringueira (ficus ellastica) - situadas na Praça da Boyes, ao lado da rua Luiz de Queiroz.
Estas árvores, assim como muitas outras na cidade, são vistoriadas preventivamente pelos técnicos da Sedema. E estas em particular, passaram a ser monitoradas com mais frequência, quando mostraram os primeiros sinais de comprometimento, após repetidos episódios de quedas de grandes galhos, em especial em dois acidentes registrados pela secretaria, quando um deles ocasionou a perda total de um carro e um outro atingiu a marquise do imóvel do outro lado da rua.
Outro fator de suma importância levado em conta nos laudos técnicos de engenheiros agrônomos, especialistas da Sedema, foi a constatação do risco eminente de queda de outros galhos igualmente grandes (equivalem ao tamanho de uma árvore tamanho médio) naquele local que conta com uma aglomeração grande de pessoas, de segunda a segunda, principalmente à noite e mais ainda nos finais de semana, por conta de bares e restaurantes.
Estes fatos, levados em conta, diante da vulnerabilidade daquelas espécies arbóreas, com a probabilidade de novas ocorrências de iguais proporções se repetirem oferecendo riscos não só aos frequentadores do local, mas também aos pedestres, motoristas, trabalhadores da praça e dos estabelecimentos comerciais situados nas imediações. As outras seringueiras e outras espécies grandes também foram vistoriadas naquele local pelos técnicos, mas foram mantidas.
 A partir destes fatos, do ano passado para cá, uma série de estudos e análises técnicas das condições fitossanitárias das três falsas seringueiras, passaram a ser realizadas por um corpo de especialistas, coordenados pela equipe do Departamento de Arborização Urbana da Sedema.
Este levantamento contou também com o acompanhamento técnico de um entomologista (especialista em insetos) da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil e do Codepac. O resultado deste grupo de trabalho foi unânime ao apontar a necessidade, com urgência, da supressão destas árvores da Praça da Boyes.
As três seringueiras, com idade estimada entre 70 e 80 anos, apresentavam alto sinal de necrose, já estavam ocas, além do problema de broca, um inseto altamente nocivo que ataca os pontos de transporte da seiva da árvore. Somado a isso, a madeira ‘morta’ estava infestada por cupins e as raízes secas.  
Uma equipe de 10 funcionários da Engemaia (prestadora de serviços da Prefeitura trabalham no local. Por se tratar de árvores de grande porte para que esta operação aconteça com segurança, o corte das seringueiras vem sendo executada em várias etapas em uma operação conjunta realizada pela Sedema juntamente com o Corpo de Bombeiros, Semuttran e CPFL Paulista.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, José Otávio Machado Menten, a equipe de arborização da Sedema é extremamente rigorosa e só decide pelo corte quando há evidencias da sua necessidade “Árvores são seres vivos, quando jovens se recuperam melhor de doenças, enquanto idosas tendem a ter mais dificuldade. Sabemos do valor histórico e da importância delas na composição da paisagem daquele local, porém, pensando na segurança dos munícipes, o corte foi autorizado”, disse.

As seringueiras

As falsas seringueiras (fícus ellastica) são espécies foram introduzidas no paisagismo de praças dos anos 30 do século passado, utilizada em praças como o Jardim da Ponte, a Praça da Saudade, a Pracinha da Curva do S com o mesmo tratamento paisagístico. Trata-se de exemplares de grandes proporções e que hoje estão senescentes, com o final de um ciclo de vida.
Por ser uma área tombada, após o termino da operação, para compensar as espécies que foram suprimidos, a equipe técnica da Sedema deverá elaborar um estudo para definir o novo projeto paisagístico para a Praça da Boyes, dando vida nova à praça, aproveitando as espécies já existentes, harmonizando-as com o plantio de novas árvores, estas adequadas ao perímetro urbano.

Arborização


A equipe técnica da Sedema tem se dedicado em muitos projetos e ações para incrementar a arborização urbana do município. Através do programa “Piracicaba Mais Verde” já foram realizados, na última década, o plantio de 1.300.000 novas árvores na cidade. Criou uma Lei exclusiva para normatizar as ações de Arborização Urbana com o objetivo de para incentivar e proteger a vegetação urbana e criminalizar os responsáveis pelo corte ilegal e injúrias contra as árvores da cidade.
E através de um planejamento, a Secretaria executa serviços de poda e adequação da raiz e também através de vistoria técnica preventiva para monitorar as árvores da cidade, algumas consideradas notórias pelos técnicos. Um exemplo disso, de igual importância para a arborização da cidade e que também ganhou notoriedade, foi o trabalho realizado pela equipe em um outro exemplar de fícus ellastica localizado na Praça anexa à Biblioteca, que há alguns anos atrás sofreu uma tentativa de envenenamento. Os especialistas da Sedema, durante meses, dedicaram seus cuidados, com ações técnicas efetivas acompanharam o caso da “seringueira da Biblioteca” monitorando e cuidado até ela recuperar sua vitalidade e hoje ela permanece imponente.   
Outro exemplar desta espécie, também considerada notável pela Secretaria, se encontra no Parque do Mirante, próximo a Rua Barão de Serra Negra. Esta outra falsa seringueira, também é monitorada pelos técnicos da Sedema e pode ser observada por todos pela sua plenitude, suas proporções imensas, cumprindo seu papel na paisagem urbana de Piracicaba.  

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