A
Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente- Sedema, promoveu um debate
para buscar soluções para o manejo de uma das mais problemáticas das árvores
invasoras: as leucenas.O evento aconteceu nesta terça-feira, no Anfiteatro da
Secretaria Municipal de Educação- SMA e contou com a presença do Prefeito
Barjas Negri, da Vereadora Nancy Thame, do Coordenador da Agência de Água PCJ,
Francisco Lahóz.
Na
abertura, o Prefeito Barjas Negri agradeceu a contribuição de todos para
auxiliar na
solução do problema de invasão de leucenas. “A Sedema tem a missão
de mostrar o caminho da sustentabilidade para o município e dentro do nosso
plano contamos com programas de arborização urbana e de recuperação de mata
ciliar. Muitas vezes nos defrontamos com problemas de invasão agressiva das
leucenas”.
Barjas
citou um exemplo notório que é a Avenida Renato Wagner: “ali era um lugar ermo, abandonado, que gerava
muita insegurança para quem passava por ali. Causou um grande impacto inicial
com a retirada das leucenas que haviam dominado todo aquele espaço. Mas hoje as
pessoas elogiam, virou um Parque linear frequentado por muita gente”.
Barjas
acredita o debate deve contribuir para o avanço na solução do problema. Ele
lembrou do Encontro Paulista de Arborização Urbana promovido pela Prefeitura em
2007, com apoio da Esalq e da SBAU (Sociedade Brasileira de Arborização Urbana)
que contou com a participação de 87 municípios paulistas, alguns paranaenses e
catarinenses: “após dois dias de debates, os participantes aprovaram propostas
e encontraram algumas saídas para Arborização Urbana adotadas por muitos
municípios.
Durante
o seminário, as soluções implantadas com êxito na Prefeitura de Campinas foram
“Criamos
em 2016 em Campinas, o Plano Municipal do Verde que engloba vários programas,
como o de erradicação das espécies exóticas invasoras e, entre elas, a
principal, sem dúvida é a leucena. É a “campeã das campeãs na questão da
invasão e de prejuízo ambiental causado pela proliferação dessa espécie
invasora”.
O
programa de irradiação, segundo o secretário, tem sido implantado através de
duas medidas: projetos pilotos de retirada de leucenas e outro no licenciamento
ambiental.
“Em
um só local, foram suprimidas 40 mil leucenas e, em seguida, plantadas espécies
nativas”. O secretário demonstrou imagens do entorno do Córrego do Serafim que
ao longo do tempo havia sido tomado pelas leucenas seguido de outro com o resultado depois da intervenção.
“Em
princípio, quando fazemos a supressão de um numero grande, as pessoas se
assustam porque estão acostumadas com aquela “paisagem verdinha”. Isso causa um
impacto inicial, mas é que elas não sabem que embaixo daquelas árvores não
nasce mais nada, as leucenas vão dominando tudo e impedindo que as outras
árvores nativas cresçam, prejudicando a biodiversidade tanto da flora quanto da
fauna.
A
outra medida adotada, em relação ao licenciamento ambiental, onde hoje a lei
exige que seja feita a supressão na região do empreendimento: “nem que seja só
a impermeabilização ou supressão de algumas árvores em razão de empreendimento
imobiliário ou qualquer outro público ou privado”.
Em
seguida, o Prof. Marcelo Leão, diretor da Propark, apresentou uma proposta para
o controle das leucenas no município de Piracicaba. Marcelo comentou sobre a
importância do debate sobre o assunto: “ não são só a leucena, mas toda
vegetação invasora representa um dos maiores problemas
do mundo moderno. São
essas plantas que se alastram de maneira descontroladas, tanto no meio urbano
como no meio rural, ou mesmo no meio rural não cultivado. E, justamente por
crescerem desordenadamente representam um prejuízo para todos os tipos de
ecossistemas. Então, não é só dever, mas obrigação dos gestores públicos e
privados criarem mecanismos, buscarem alternativas para controlar esse tipo de
manifestação porque acaba impactando muito significativamente e negativamente
nos ecossistemas. “
O
Secretário Menten, também falou sobre a importância desse debate: "as
leucenas são plantas que não existiam no Brasil, foram introduzidas e vem se
comportando como invasoras, competindo com as espécies nativas e prejudicando a
biodiversidade. A realidade é que hoje, em todos os cursos d`´agua, córregos,
beira de estradas de ferro, estão ocupados pelas leucenas e porisso precisamos urgentemente
achar uma solução, com técnicas mais eficientes e efetivas. As sugestões de especialistas e experiências
já realizadas vão contribuir para
que a situação em Piracicaba seja
equacionada. Segundo o secretário, “a meta é que tenhamos, novamente, a
predominância das espécies nativas nas margens dos rios, córregos e outras
áreas verdes da cidade. Com isso, vamos contribuir para a vida dos animais
silvestres da região e melhorar o aspecto visual de Piracicaba, sempre em busca
de uma cidade sustentável e com a melhor qualidade de vida”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário