Na tarde dessa terça-feira, (09) no Anfiteatro do
Museu da Água, o Prof. Titular do Departamento de Ciências Biológicas Ricardo
Ribeiro Rodrigues – Esalq /USP ministrou a palestra “Metodologias mais
recomendadas de restauração florestal.”
Professor Ricardo Ribeiro /Esalq/Usp |
Convidado pelo Secretário do Meio Ambiente – Sedema, José
Otavio Menten, o Professor Ricardo, que é também, um dos responsáveis pelo
Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal (LCB/ESALQ/USP), disse que o objetivo
principal da palestra é “orientar técnicos da área ambiental de Piracicaba,
sobre a necessidade de escolher bem as áreas a serem restauradas e metodologia
mais adequada para cada área, visando a melhor relação custo/eficiência e o
melhor provimento de serviços ecossistêmicos para a população”.
Organizada pela Prefeitura de Piracicaba, através da
Secretaria de Defesa do Meio Ambiente (SEDEMA), a palestra contou com a
participação de cerca de 20 técnicos que desenvolvem trabalhos relacionados ao
tema na SEDEMA, na Agência PCJ, na COPLACANA, na CATI, entre outras
instituições.
Em sua palestra, o Professor disse que “a restauração
de APPs permite conservar solo, água e biodiversidade, pois APPs são corredores
ecológicos na paisagem, interligando áreas naturais. As áreas restauradas são
caras e precisam ser protegidas de fatores de perturbação, como fogo,
extrativismo, descarga de águas, de lixo etc.”
Sobre a situação do município com relação a
conservação de fragmentos florestais e APPs, o Professor comentou que “Piracicaba
tem um histórico muito antigo de uso do solo agrícola, e esse uso, até
recentemente, tinha o fogo como uma das práticas.” Os fragmentos florestais
daqui estão muito degradados e necessitam ser recuperados, assim com as áreas
de beira de rio, que necessitam ter a atividade agrícola substituída por
florestas em restauração, para garantir proteção dos solo, da água, da
biodiversidade e até melhoria do clima. Vale destacar”, continuou disse o
Professor, “que mesmo degradadas, o que sobrou de mata em Piracicaba tem grande
importância na conservação da biodiversidade remanescente. Por isso precisamos
orientar os proprietários como recuperá-lo para os fragmentos cumprirem esse
papel ainda melhor.”
O mestre da Esalq falou também da necessidade de
capacitar técnicos e proprietários rurais para a conservação em seus fragmentos
naturais remanescentes, potencializando o papel deles no provimento de serviços
ecossistêmicos para a população e com isso, enaltecendo o Pagamento por Serviços
Ambientais que a Prefeitura de Piracicaba vem viabilizando de forma exemplar”.
“Piracicaba,
por abrigar grandes centros de conhecimento científico na área ambiental e
agrícola, precisa apontar soluções ousadas e inovadoras nas questões ambientais
e agrícolas do município, soluções essas, que expressem a interdependência
desses dois temas na paisagem rural e mesmo urbana”.
“A agricultura precisa do meio ambiente para
sobreviver, como água, solo e polinizador e o meio ambiente precisa de uma
agricultura tecnificada e com viés de sustentabilidade ambiental e social, que
não só libere as áreas menos produtivas ou protegidas na lei para funções
ambientais através da restauração dessas áreas, como não gere impacto sobre as
áreas naturais e que permita maior produtividade, menor trabalho e com isso
maior qualidade de vida para o agricultor do município”.
Podemos incentivar esse processo, usando muita
conversa e também a construção de arcabouço legal, que direcione nesse sentido,
como certificação ambiental da atividade agrícola de Piracicaba, crédito rural,
comercialização e regularização ambiental facilitados e apoiados para
agricultores com sustentabilidade ambiental e social, finalizou Professor
Rodrigues. ”
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