quinta-feira, 5 de junho de 2014

Secretário publica resposta sobre dados publicados nos jornais

Considerações Sobre os Dados da Coleta Seletiva Divulgados pelo Observatório


Em primeiro lugar nos causou estranheza a divulgação dos dados sem uma discussão prévia com a Prefeitura, conforme ficara verbalmente acordado.
Os dados quando apresentados da forma fria e analisados de maneira superficial somente confundem a cabeça do leitor que não sabe exatamente como estamos em matéria de reciclagem ou fica com a impressão de que estamos indo mal.
Então, já  vamos avisando a todos que Piracicaba é uma das cidades que mais recicla no Brasil.
Para entendermos o por que disto, basta citar a Acelor Mittal, com uma reciclagem monstruosa de “sucata de ferro”, a Klabin, com o reaproveitamento do papelão, a Caterpillar com a remanufatura  de peças de máquinas usadas, as empresas recicladoras de resíduos da construção, a compostagem dos resíduos da arborização urbana.
Há ainda  a reciclagem de pneus usados, de pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, eletroeletrônicos, dos  bens inservíveis recolhidos pelo Catacacareco.
Ainda na iniciativa privada, tem  a Aroma que transforma óleo de cozinha usado em biodiesel, a Lubrasil que refina óleo lubrificante usado, o programa Jogue Limpo que recicla as embalagens de óleo lubrificante, etc.
Aliás, quase todas estas empresas estiveram presentes nas duas  Exposições Ambientais que promovemos no Engenho Central.
Todos estes são exemplos de esforços conjuntos da iniciativa privada e da administração municipal  em prol da preservação de recursos naturais, pois a principal importância da reciclagem, como já dito,  é não utilizar novos recursos e reaproveitar os que foram transformados em produtos, reincorporando-os ao ciclo produtivo e de consumo.

No entanto o indicador utilizado pelo Observatório não está preocupado com esta visão   “macro” da reciclagem no município e tão somente com os dados da coleta seletiva porta-a-porta, aquela que recolhe metais, papel, papelão, vidros, plásticos, etc na porta de nossas casas e que foi estendida para 100% da área urbana.
Quando transformada em manchete a notícia dá a impressão que os esforços da Prefeitura não tem dado resultado pois o gráfico mostra que houve queda ao longo dos anos.
Então vamos aos fatos: os dados do Ipplap de 2 004 a 2008 somam a coleta realizada pela  Prefeitura com a coleta realizada pelo Centro de Reabilitação, que era responsável pelo programa Reciclar 2000 e que acabou em 2 008.
Como a Prefeitura não tinha responsabilidade pelo gerenciamento e nem tampouco pelos dados fornecidos pelo Reciclar 2000, não pode se manifestar a respeito. No entanto, pode e deve se manifestar sobre o programa de coleta seletiva sob sua responsabilidade, em parceria com a Cooperativa do Reciclador Solidário.
A tabela 1 ilustra como se comportou a coleta seletiva, sob o gerenciamento da Prefeitura Municipal de 2 004 a 2 013

Tabela 1
Ano
Lixo Total Coletado
Coletado Seletivamente
Prefeitura e Rec. Solidário
% sobre
“Lixo Total”
2004
80547,08
483,49
0,60
2005
80589,48
483,65
0,60
2006
86190,34
702,17
0,81
2007
86475,79
1354,53
1,57
2008
91504,70
1560,20
1,71
2009
98383,00
1456,22
1,48
2010
100831,59
1805,71
1,79
2011
107062,07
1506,88
1,41
2012
111605,70
1726,06
1,55
2013
113571,83
2140,89
1,89

A tabela 2 mostra a porcentagem da coleta seletiva sob responsabilidade da Prefeitura em relação ao presumivelmente reciclável
Tabela 2
Ano
Potencialmente Reciclável
% Coletada
 Seletivamente
2004
24164,12
2,00
2005
24176,84
2,00
2006
25857,1
2,72
2007
25942,74
5,22
2008
27451,41
5,68
2009
29514,9
4,93
2010
30249,48
5,97
2011
32118,62
4,69
2012
33481,71
5,16
2013
34071,55
6,28

As tabelas acima falam por si e mostram que a tendência é sempre crescente, com exceção do ano de 2 011 quando o setor de reciclagem passou por uma crise, mas mostra que se coletou em 2 013 mais do que o triplo do que em 2 004.
Porém, o mais importante a ser destacado é que estamos em processo de implantação de uma usina de tratamento de lixo que quando concluída vai garantir 100% de reaproveitamento dos resíduos, incluídos os recicláveis e os orgânicos que serão transformados em composto para a agricultura  e energia.
O piracicabano pode ficar tranquilo, pois estamos muito bem e vamos ficar melhor ainda  no quesito reciclagem.

Rogério Vidal 
Secretario Municipal de Defesa do Meio Ambiente 

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