Considerações Sobre os Dados da Coleta Seletiva Divulgados pelo
Observatório
Em primeiro
lugar nos causou estranheza a divulgação dos dados sem uma discussão prévia com
a Prefeitura, conforme ficara verbalmente acordado.
Os dados
quando apresentados da forma fria e analisados de maneira superficial somente
confundem a cabeça do leitor que não sabe exatamente como estamos em matéria de
reciclagem ou fica com a impressão de que estamos indo mal.
Então, já vamos avisando a todos que Piracicaba é uma
das cidades que mais recicla no Brasil.
Para entendermos
o por que disto, basta citar a Acelor Mittal, com uma reciclagem monstruosa de
“sucata de ferro”, a Klabin, com o reaproveitamento do papelão, a Caterpillar
com a remanufatura de peças de máquinas
usadas, as empresas recicladoras de resíduos da construção, a compostagem dos
resíduos da arborização urbana.
Há ainda a reciclagem de pneus usados, de pilhas,
baterias, lâmpadas fluorescentes, eletroeletrônicos, dos bens inservíveis recolhidos pelo Catacacareco.
Ainda na
iniciativa privada, tem a Aroma que
transforma óleo de cozinha usado em biodiesel, a Lubrasil que refina óleo
lubrificante usado, o programa Jogue Limpo que recicla as embalagens de óleo
lubrificante, etc.
Aliás, quase
todas estas empresas estiveram presentes nas duas Exposições Ambientais que promovemos no
Engenho Central.
Todos estes
são exemplos de esforços conjuntos da iniciativa privada e da administração
municipal em prol da preservação de
recursos naturais, pois a principal importância da reciclagem, como já dito, é não utilizar novos recursos e reaproveitar
os que foram transformados em produtos, reincorporando-os ao ciclo produtivo e
de consumo.
No entanto o indicador utilizado pelo Observatório não está preocupado com esta visão “macro” da reciclagem no município e tão somente com os dados da coleta seletiva porta-a-porta, aquela que recolhe metais, papel, papelão, vidros, plásticos, etc na porta de nossas casas e que foi estendida para 100% da área urbana.
Quando
transformada em manchete a notícia dá a impressão que os esforços da Prefeitura
não tem dado resultado pois o gráfico mostra que houve queda ao longo dos anos.
Então vamos
aos fatos: os dados do Ipplap de 2 004 a 2008 somam a coleta realizada
pela Prefeitura com a coleta realizada
pelo Centro de Reabilitação, que era responsável pelo programa Reciclar 2000 e
que acabou em 2 008.
Como a Prefeitura não tinha
responsabilidade pelo gerenciamento e nem tampouco pelos dados fornecidos pelo
Reciclar 2000, não pode se manifestar a respeito. No entanto, pode e deve se
manifestar sobre o programa de coleta seletiva sob sua responsabilidade, em
parceria com a Cooperativa do Reciclador Solidário.
A tabela 1 ilustra como se comportou a coleta seletiva, sob o gerenciamento da Prefeitura
Municipal de 2 004 a 2 013
Tabela 1
Ano
|
Lixo
Total Coletado
|
Coletado
Seletivamente
Prefeitura
e Rec. Solidário
|
%
sobre
“Lixo
Total”
|
2004
|
80547,08
|
483,49
|
0,60
|
2005
|
80589,48
|
483,65
|
0,60
|
2006
|
86190,34
|
702,17
|
0,81
|
2007
|
86475,79
|
1354,53
|
1,57
|
2008
|
91504,70
|
1560,20
|
1,71
|
2009
|
98383,00
|
1456,22
|
1,48
|
2010
|
100831,59
|
1805,71
|
1,79
|
2011
|
107062,07
|
1506,88
|
1,41
|
2012
|
111605,70
|
1726,06
|
1,55
|
2013
|
113571,83
|
2140,89
|
1,89
|
A tabela 2 mostra a porcentagem
da coleta seletiva sob responsabilidade
da Prefeitura em relação ao presumivelmente reciclável
Tabela 2
Ano
|
Potencialmente
Reciclável
|
%
Coletada
Seletivamente |
2004
|
24164,12
|
2,00
|
2005
|
24176,84
|
2,00
|
2006
|
25857,1
|
2,72
|
2007
|
25942,74
|
5,22
|
2008
|
27451,41
|
5,68
|
2009
|
29514,9
|
4,93
|
2010
|
30249,48
|
5,97
|
2011
|
32118,62
|
4,69
|
2012
|
33481,71
|
5,16
|
2013
|
34071,55
|
6,28
|
As tabelas acima falam por si e
mostram que a tendência é sempre crescente, com exceção do ano de 2 011 quando
o setor de reciclagem passou por uma crise, mas mostra que se coletou em 2 013
mais do que o triplo do que em 2 004.
Porém, o mais importante a ser
destacado é que estamos em processo de implantação de uma usina de tratamento
de lixo que quando concluída vai garantir 100% de reaproveitamento dos
resíduos, incluídos os recicláveis e os orgânicos que serão transformados em
composto para a agricultura e energia.
O piracicabano pode ficar
tranquilo, pois estamos muito bem e vamos ficar melhor ainda no quesito reciclagem.
Rogério Vidal
Secretario Municipal de Defesa do Meio Ambiente
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